O teste de Miley Cyrus para Hannah Montana, do Disney Channel, pode ser visto no YouTube. Nele, uma garota de 12 anos, cabelo armado e grande sorriso já demonstra seu jeito peculiar de falar. Impressionante: aquela pequena Miley encena a pose bem ensaiada de todos os atores infantis – e sua postura e maneirismos revelam que ela sabe que essa é uma oportunidade de negócios e não uma reunião social.
Avance cinco anos até o mais recente vídeo de Miley no YouTube, seu clipe para a faixa-título do álbum Can’t Be Tamed, envolvendo uma gaiola que também serve para a dança do poste, com dançarinas ao fundo e um traje notável pelas penas e pelo decote. Na letra, a moça de 17 anos diz ser uma “garota selvagem” e se absolve das responsabilidades de ídolo e exemplo de comportamento adolescente (“Se houvesse uma pergunta sobre minhas intenções, eu lhe diria/ Não estou aqui pra lhe vender nada”). A angústia marcada pelos sintetizadores difere dos grandes hits de Miley em 2009, “Party In The U.S.A.” e “The Climb”, cheios de otimismo pop borbulhante e melodias pra cantar junto. Mas quando ela zomba cantando “Não sou fake, isso está no meu DNA”, numa resposta prévia a possíveis críticas, ela o faz com o profissionalismo de uma estrela treinada pela Disney.
Assim como Britney Spears, Christina Aguilera, Justin Timberlake e outros ex-adolescentes que a precederam na corporação do Clube do Mickey, Miley agora está fazendo a por vezes indefinida transição para artista adulta. O lançamento de Can’t Be Tamed, em junho, foi a afirmação mais ousada de um processo de anos e anos por meio do qual Miley vai da menina de bochechas fofas queridinha dos Estados Unidos para uma diva do pop. “Mudei muito como pessoa. Cresci muito, que é o que todo mundo faz”, resume ela.
Todos crescem, mas poucos têm que fazê-lo em público, com todas as divisões da Miley Inc., surfando no sucesso da transição. Ela já havia testado publicamente a vida adulta nos últimos anos – exibindo-se em fotos controversas na revista Vanity Fair (que a levaram a um posterior pedido de desculpas) ou fazendo movimentos que lembravam vagamente uma stripper no Nickelodeon’s Teen Choice Awards. Sua música seguiu caminho semelhante de equilíbrio entre adolescente e adulta, com os singles “The Climb” e “Party In The U.S.A.” oferecendo uma mensagem muito diferente das faixas anteriores mais ingênuas como “See You Again” e “7 Things”.
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